Uma chuva, quase "chuvente" lá fora
Teimosa em seus pingos pingantes
Um pedaço de céu para fora como
Uma indecente mania de se expôr,
Uma preguiça morna vem das ruas
Abafadas de um verão sem convicção.
São todas as horas iguais a todas as horas
Como se a monotonia desafiasse a monotonia
São tempos que passam como num filme mal acabado
De um diretor italiano de segunda linha.
O tempo não tem pressa na pressa constante que tem
Tudo volta de um passado presente cheio de futuro
Um instante criança, esperança, lembrança...,
Tudo misturado numa rima pobre de coloridos pobres
Como que dizendo para se entender como quiser
E se puder, abrir a carteira para de lá tirar fotos,
As fotos-recordações, sensações do que se viveu vivendo.
Ainda estão nas paredes seus olhos, e suas mãos...,
Os lábios ainda falam e beijam as portas na chegada,
Assim como foi na partida sem despedida,
Tal qual texto sem ponto, solto, pendurado na vírgula.
Lá fora a chuva pingante de pingos "chuventes"
Concorda com as idas e vindas do pensamento
Dentro do próprio pensamento.
Hoje ainda é calendário - senhor de todos os tempos -
Corsário das datas, medidor das incapacidades.
Diz sem lembranças que hoje é o dia da saudade
Até da saudade de sentir saudade - de verdade.
Hoje é trinta de Janeiro, dia da saudade.
Uma chuva de sempre, um pingo-pingante-colorário...
Feliz aniversário... SAUDADE!!!
Sérgio Souza
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