Embrenha teus cabelos cor de prata
Na manhã raiada de madeixas negras
Embrenha o eco surdo por teu sorriso cor de anil
Na manhã fria de outono quente
Estende hoje a mão que ontem negaste
Chora sociedade macabra teu nefasto choro de iniquidades
Chama para dentro de si os renegados do banquete
Diz que não existem; que são visões,
Ignora teus resto nu nas esquinas
Renegue tuas meninas, diz que é ilusão.
Embrenha a luz por teus cabelos cor de prata
Na manhã raiada de madeixas negras
E ensurdeça-se com o eco que vem das ruas
Surdo e amordaçado dos esquecidos,
Daqueles que não chamaste irmão;
Que se quer passou pelos pensamentos seus
Os mendigosdas consciências
Os renegados filhos de Deus.
SÉRGIO SOUZA
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