domingo, 14 de março de 2010

BAILE DO INTERIOR


Era noite!
Era luz de luar!
Era uma vondade que seduz!
Era uma rima no ar!
Era um som que vinha distante,
Uma necessidade dissonante,
Um mexer sem fim do interior,
Um desejo mais ou menos assim
Como quem chega do norte,
Sem rumo, sem destino,
Primeiro mexeu o coração,
Que se jogou numa mão direita,
A esquerda na espreita lançou-se ao pulmão,
E toda cabeça girou em movimentos longos,
E os pés valsaram,
Os olhos viram fechados em esplendor e prazer,
A boca pôs-se a comer o ar que exalava das intimidades,
E tudo se duplicou sobre o piso macio do salão
E bailaram os amantes,
Numa entrega delirante na dança de quem ama,
No assoalho envolvente da cama.

SÉRGIO SOUZA

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