Teria uma luz para imaginação e um interruptor para a esperança
O poema que não fiz contaria a verdade das mentiras que ainda persistem
Um lugar perdido dentro da certeza cheio de incertezas para serem resolvidas
O poema que não fiz não teria ponto ou vírgulas para não se reter o fôlego.
Teria um espaço único nas rimas para guardar os achados e perdidos de nós
Aquelas filipetas de livros que lemos e não guardamos nas estantes da vida
O poema que não fiz seria um libelo do amor que não vivi e dos leitos que não deitei
Teria um eterno mirar nos lábios e beijar os olhos dos que amor sinceros que não achei
Um juntar de mãos que afastaram os corpos que abracei.
O poema que não fiz é uma lembrança viva da tênue palavra que não foi dita
O poema que não fiz teria uma leitura uníssona frisando o sem palavras das multidões
Um cálice de vinho vazio para bebermos juntos a bebedeira que não tomamos
Uma janela aberta representando o fechamento em que vivi e a abertura que sempre buscou
O poema que não fiz viaja hoje na atmosfera dos sonhos e nos papeis das escrivanias
O poema teria um vocabulário errado para falar certo ao coração
Não seria canção, nem vilancete, nem ode, seria simplesmente o poema que não fiz.
Sem riscos de lápis ou traços de giz, o poema que não fiz
"Manuearia" com a estrela da manhã, "viniciaria"nas tardes de Itapuã,
Indo "drummoniar" tranquilo a inquietude das noites .
SÉRGIO SOUZA
Nenhum comentário:
Postar um comentário
fale o que pensa, mas pense antes de falar!