domingo, 1 de agosto de 2010

A cantiga.


 
Vou cantar aquilo que me envergonha dizer,
E a plateia ouvirá, tudo que realmente senti,
No instante que nem eu mesmo me aplaudi,
Frente a algo inédito, que não sei descrever.
É uma nova apatia, murmúrios de agonia,
Entrelaçando-se a suspiros de alegria,
Ao som do silêncio, no raiar do dia.

Cantaria as verdades, das quais me orgulho dizer,
Mas a plateia quer algo, que os façam dançar,
Melodias constantes, sem margem à incerteza,
Cantigas sólidas, de pura frieza,
Não há olhos para uma nova beleza.

Portanto cantarei solitário,
Os acordes de um louco visionário,
Que vaga, perdido com um violão,
Tocando para a própria satisfação.

Richard Camargo


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