Sabe...
Quando a Lua vai chegando de mansinho
Dá aqui no peito da gente uma dor corredeira
Que vai e que chega que não dá descanso
Sobe e desce na garganta que nem chuva-primeira
Fina, mas verdadeira, que se móia, que nem
chuva-derradeira
Entonce que se óia o poeirão que se levanta sem
carroça passar
É só uma visage de quem sonha um sonho que se foi
E aí que nasce uma saudade-estradeira, sô moço...
Daquelas que dá carrerão, trupica no peito,
Bate na soleira e invande a alma feito um
vento-de-ventania
Dá uma giradeira na cabeça..., é saudade-vortadeira.
Quem nunca sentiu uma saudade-vortadeira?
Daquelas que quando a gente sente..., dá moleza de
desmaeira
Ah, seu moço..., que saudade-vortadeira!!!!!!!!!!
Saudade não é besteira, saudade é uma
brincadeira-lembrança
É um pouco da esperança de reviver o revivido e se
sentir descumprimido
Desta pressão que dá no peito fina... feito choro de
menino reprimido.
Sabe..., quando olho o poeirão-estradeiro, vencendo
a cancela, se chegando
Penso que é ela que vem chegando afoita de braço
aberto
Esperando meu abraço-esperto.
Mas..., não seu moço...
É ela sim..., não ela meu-amor-dor-distante
Não..., é ela sorrateira, se escondendo entre as
limeira,
Essa marvada da saudade-vortadeira.
Aí eu pego na viola, choro um choro de menino
perdido,
Ou um arremedo de pio triste de perdiz no capão
A Lua óia pra mim com ôio de escuridão,
As estrelas pisca aqui e acolá como se quisesse
brincadeira
Entonces, seu moço, gemo e toco na viola,
Até dá na mão o sangue-de-esfoladeira
Tudo por causa dela...
A saudade-vortadeira!
Sérgio Souza
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