segunda-feira, 29 de outubro de 2012

CONFLITO



Falar das vontades e diversidades
É sonhar com as necessidades
E acordar com a realidade.
Viajar nas asas da credulidade,
Mergulhar no oceano das adversidades,
E sair molhado pelas infinidades de “eus” que nos assola
E nessa pluralidade se perder nos desajustes do ser.

Diante do espelho você é eu
E se, por conceito, já somos nós
A poesia se perde nessa iniquidade,
Se nos conhecemos, de nós pouco sabemos,
E da imagem refletida somos dicotomia
Você é positivo, eu sou seu negativo,
Se na oposição existe unidade
Na coesão existe afastamento.
Se no peito nasce a flor da aproximação
Existe a mente o murchar da razão.
Um instante é sorriso, o outro é pecado,
Se uma mão se junta, a outra se afasta,
E tudo se arrasta para a infinitude do espanto,
Mas ambas se juntam para poetizar, para unir forças, ou cruzar espadas,
Se os olhos choram, as mãos secam, se as mãos se afastam, os olhos reclamam.
Façamos todos juntos, artistas que somos das incoerências,
As anuências de nós mesmos, nus que somos dos nossos medos,
Verdadeiros e reais, antes que a idade dos fazeres passe,
Desfazendo a unidade que a vida-poesia nos deu.

SERGIO SOUZA

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