quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Quatro Estações
Sérgio Souza
A folha que cai sou eu,
Perdida na devassidão do vento,
Na incerteza do sentimento,
Na dor que invade os sem destino.
Que procura a cama longínqua como pouso,
Repouso negado por insensatez
Um dia fui folha fresca que aqui pousou
Sem vento, mas com amor,
Ao sabor do encantamento,
Sob o delírio das palavras,
Que hoje são companhia-saudade,
São amigas-lembranças,
E de tanto ouvir palavras-poesia
Ensurdeço durante o dia
E adormeço cego á noite,
Sou folha de pinheiro velho,
Seca esquecida na beira da cama-estradeira,
Semente derradeira de um sonho que ficou
Num recente passado sem flor
Pois a roseira-tamarineira
E esqueceu-se de me chamar primavera
Nomeram-me Outono invernal
Em pleno alto verão.
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