Assim se criou o dia e a noite.
Assim se fez o cotidiano noite!
Estava criada a escravidão,
A inveja odierna,
A morte a prestação.
FIAT LUX!
No dia da criação se fez:
A luz solar,
O hoje, o ontem, o amanhã,
O poeta e musa,
A dor e lágrima
E o sorriso surdo dos desenganados.
Surgiu a vida porventura, frágil e prematura.
A bomba matando o gêneses.
O preconceito matando o gênio.
As gentes fugindo das gentes mesmo.
O foguete parado no espaço, e o boi no laço.
O papa em concílio na Capela Sistina.
A fome saciando a vontade de comer.
O ser deixando de ser.
Nasceu o todo dia,
Um Mário, uma Maria,
O amor mal amado,
Uma criança e um soldado,
A noiva largada na igreja,
Um gosto amargo de cereja,
A morte por radiação,
Os silêncios do coração,
A prostituta vendendo risos nas esquinas,
As beatas em pregações finas,
Surgiram o assassinato e o violamento.
Cotidiano é passar hoje, o passado ontem,
Na esperança de passar o amanhã.
Cotidiano sou eu e você.
SÉRGIO SOUZA
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