O sol se foi.
A lua não veio, mandou a chuva em seu lugar.
Piso a areia cor de areia com os pés nus,
Como nu é meu peito, nua minha alma
Meu pensamento vestido de tristeza
É companhia da solidão fiel,
Na boca um gosto amargo de fel-lembrança,
Olhos fixos no chão busca, rastros
Restos de um passado recentemente distante,
As mãos calçadas com as luvas da emoção
Não acenam, nem afagam, nem buscam
Também não dizem adeus, muito menos boas vindas.
O sol se foi e com ele o dia
A lua toda nua não veio, mandou a chuva-fantasma
Assustar os perdidos na noite quase fria
Molhar o corpo dos retardatários, pois os pés o mar o faria.
Em minh'alma só silêncio para não acordar a mágoa dormente
E como demente sou náufrago á beira-mar
Marinheiro sem nau,
Mangue sem lama,
Amante sem cama.
SÉRGIO SOUZA
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