segunda-feira, 2 de novembro de 2009

PELAS RUAS E AVENIDAS


É a solidão um quadro de matizes ocas.
É a saudade o poço profundo dos desencantos.
É a solidão este caminho desgorvernado,
Esta ruína gótica.
É a lembrança uma estóica
Necessidade de descaminho.
É o desalinho, um desarranjo,
A centelha divina que nos criou.

Ah! Poeta,
é você este riso irônico
dessa sociedade
Em decomposição.

Ah! Poeta,
Você que rasga o peito
Em avenidas puras
É o lixo das sarjetas
É a eterna figura da espera.

A espera é a solidão das cidades
A cidade é o túmulo das inteligências
A solidão é a incoerência dos momentos
A saudade é o tormento do sub-solo
E o pensamento é o colo em que deita para:
chorar
esperar
sonhar
amar
falar
delirar, enfim!

Ah! Poeta,
Se pudesse te cortar a língua,
Te cortar as mãos,
Te vedar os olhos,
Te entupir os ouvidos
Te desmontar por inteiro.

Sérgio Souza



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