Aqui, eu e o cigarro
Companheiro nefasto das horas sem tempo
Ou do tempo sem hora,
Ou das horas de tempo sem companhia.
Eu, o tempo e a tristeza fria, a saudade lá fora.
Um pensamento, quase tormento,
Um riso sem graça, um relógio, uma praça,
Onde estaria agora a companhia virtual da realidade?
Perdida atrás de uma tela real com visões do nada.
Ah! Como é difícil falar com o nada, rir do que se imagina,
Falar com que se pensa que vê.
Aqui, eu o cigarro e a fumaça companheira,
única, primeira, verdadeira;
Eu, uma poesia, uma avenida, lembrança ferida,
Ilusão querida, palavras desferidas a esmo,
E assim mesmo sem rima ou companhia.
Por onde anda você?
Um amor, um carinho, um sexo
Por instantes perplexos, desconexos...
Aqui eu, meu cigarro carrasco, a solidão, a dor,
Eu... e o computador
E no peito..., uma "puta" dor.
Sérgio souza
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