terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O ACABAR DO AMOR



O amor acaba na insônia do tic-tac.
Para o poeta o amor nunca acaba
Na pena ou no papel sem conteúdo;
O amor só acaba depois de três goles de um wisky morno.
Para o verso livre, contudo, o amor nunca acaba,
Mesmo que sonolento ou na marcha-lenta de um soneto lento.
O amor acaba nas cintas-ligas, nos sutiãs, nas calcinhas.
Para a rima o amor nunca acaba,
Pois é do descompasso rítmico do coração,
Que inicia a química da convulsão (inspiração).
O amor acaba no apagar das luzes entregue aos devaneios e ais.
Para o amante é ai que se inicia a ilusão,
Termina a realidade começa a realização.
O amor acaba com a espera esperada,
Esperança que espera séculos e améns,
Na  incerta certeza da verdadeira proeza amorosa,
Coroar um instante de realeza.

SÉRGIO SOUZA

Nenhum comentário:

Postar um comentário

fale o que pensa, mas pense antes de falar!