domingo, 21 de março de 2010

ALUCINAÇÃO


Qual semblante este que vislumbro á distância?
Qual sentimento este que me convulsa em ânsias?
Que sonho este que me destrói as noites?
Que imagem é esta que me corrói o semblante?
Que perguntas são estas que não sei responder?
Tudo não passa de uma dor enorme,
De um momento disforme,
De um tormento de amor.
O quê são estas lágrimas de despedida,
Senão os mares confusos do desencontro de dois peitos.
Que somos nós senão o encontro dos defeitos,
Os sóis de um belo amanhecer,
Ou o entardecer belo dos sóis irreverentes.
E quais correntes nos prende ao pelourinho do mesmo sentimento?
Senão a das mãos espalmadas e lábios unidos,
Senão o mesmo pecado de se saber amado,
Senão o mesmo grito de liberdade interna,
Por fim a mesma saudade, a mesma distância,
A mesma ilusão criança.
Correi lembranças,
Correi verdades,
Correi para dizer aos quatro ventos,
De meus tormentos e martírios,
Para dizer, lá na distância, que existo
E ainda persisto.

SÉRGIO SOUZA

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