segunda-feira, 15 de novembro de 2010

ARDÊNCIA


Esta imagem dentro  do espelho é você
Refletindo um eu verdade-virtual
A noção do real ou casual perdeu-se
Não tenho imagem ou reflexo
Tenho você imagem com nexo
Mas uma numa verdade perplexa
Pois quando te toco me sinto sem sexo
Você verdade e mentira
Que chega com a tarde e se esvai no espelho
No cristal da luz reflexa
Eu sou virtualidade, você meu reflexo real
Sou o estalo do teu beijo
Você o cavalo do meu desejo
Sou flor, você  jardim
Você começo, eu teu fim
Eu  vontade, você ilusão
Você estômago, eu coração
Sou este prato a te servir
Você este garfo a me sentir
É esta mistura de  tudo
Que é um sentimento
Um arder sem fim de víceras
Um jorrar de chuva em neve
Um vulcão aberto em chamas
Areias do deserto em céu aberto
Bocas, peitos, coxas e pernas em descoberto.

SÉRGIO SOUZA

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