Levantei ás seis da manhã!
Envenenaram-me com os jornais sob a porta,
Deixei-me envenenar, tendo o cigarro como antídoto.
Acordei analfabeto!
O poema que quis escrever não saiu,
Não quis poetizar, não precipitou-se para o papel
Voou como um pássaro assustado pela névoa da manhã.
Meu verso que não fiz, foi meu filho que não nasceu
Quis fazer a verdade ser verdadeira e a inspiração não veio
Levantei ás seis da manhã e acordei analfabeto
Envenenei-me com o verso que não fiz
Voei como um pássaro sob a porta
Feito manchete vespertina
E entardeci ás seis da tarde
Como o culto analfabeto poeta do verso rebelde.
SÉRGIO SOUZA
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