quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

AUTO DEDICATÓRIA


Dizem que abuso do verbo amar...,
Talvez seja áspero ou desesperançado
Por não ver em teus olhos as ondas do mar,
Que tanto marejam os meus assustados.

Quem sabe a inquietude venha do  não saber usar...,
Entregando-me na chegada, enquanto já estão de partida
Como quem se assusta numa taquicardia ou inesperada ferida,
Perdido que estou na arte de imaginar o sentimento ideal.

Ás vezes tudo arranha, como farpa, o peito
Quando você vida ou você defeito me esquecem na rua
Como um pacote sem dono caído da Lua

Talvez todo o ser que eu tenha, ainda não é
Quem ainda seja o verbo ser um futuro
Quando o fruto estender uma mão e se dizer maduro.

SÉRGIO SOUZA

Nenhum comentário:

Postar um comentário

fale o que pensa, mas pense antes de falar!