segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

FRUSTRATIO





Já fiz muitos versos regados a lágrimas,
Versos que chegavam com o raiar do dia
E de mim merecia toda atenção, coração!
Fiz versos livres como a tentação, versos de protesto,
Versos por fazer, pela vontade de escrever, verso;
Fiz verso de ensejo, verso de desejo, verso por seu beijo, verso;
Na cama, poesia na lama, matutino te querendo, vespertino te sonhando, 
noturno me despedindo e te desejando, no banho, na mesa, no bar,  verso.
Fiz o reverso da rima sem nota, verso desconexo.
Fiz verso perplexo e sem nexo.
Faço verso para tanta gente, como o gerente do banco,
Tanto para a garçonete, para o lixeiro, o pedreiro, faço verso;
Pela manhã você é meu verso esperança, lembrança, saudade
Meu verso necessidade, vontade de segunda feira, renovação;
Que acaba em verso branco no domingo de revelação doída
Meu verso verso paixão é verso de despedida  e chegada.
Caetaneado no inicio e embandeirado ao final, perdi-me do meu verso em você,
Saí da linha em algum ponto da trajetória, sonhei ilusão acordei no leito da verdade,
Pedi volúpias e recebi despedidas e confissões amargas que azedaram meu verso,
Despeço-me pelas manhãs, chego com as madrugadas insones e parto com o dia
Pensando que é quando você não vem que a vida para,
Ou se você estaciona que a vida passa.
Perdi você no meu verso e sucumbi na minha rima.
Sou esta madrugada sem objetivos,
Sonho com a chuva que cai triste lá fora,
Fora da casa, mas dentro do meu peito inundado da lágrima em que se tranformaste,
É neste poema que quis dedicar a você sombra presente que pus meu verso inútil,
Nesta prosa´poética falo em tom enigmático para você 
Que aprendeu a desprezar meu verso.
Eu apenas ando meio zonzo, rastejo por dentro de mim, pensando no infinito,
Com pena da ilusão-mentira em que se tornou juntar começo e fim.

SÉRGIO SOUZA

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