quinta-feira, 29 de setembro de 2011

ENGANOS


Cervantes tinha uma Dulcinéia como Lua, e ele o cavaleiro andante
Camões iluminou sua Dinamene com a luz de seus versos,
Petrarca enevoou Laura pelas vielas de Florença
Eu tenho este cigarro como companheiro da descrença.

Todo poeta tem uma inspiração, um coração
Um verso interno que serve de calmaria na tempestade
Um instante certo de verdade misturado com a saudade
Do riso , seu olhar, de sua verdade-mentira.

Todos tem um carinho como saída, eu tenho você
Que não chega com o entardecer, que não aparece
Nos sonhos solitários das minhas frias madrugadas.

O soneto tem a rima desconexa como companheira
O riso é o lugar-tenente da boca que não diz, que não nega.
Você é meu eu, minha enganação, meu olhar, um tudo que resvala e não pega.

®Sérgio Souza

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