A palavra é este sentido sem sentido que me faz perder o sentido e por ela tenho sentido que todos não tem sentido, quando seu maior sentido é evidenciar os sentidos ou passarem o que sentem sem perder o sentido, das palavras ou da emoção, que uma vez sentida perpetua o maior de seus sentidos, o valor da razão sentimental que os sentidos inflamam e destroem conforme o sentido dado á palavra ou destino da noção e do sentido dirigido.
Pois é perdido no sentido único da direção dos sentimentos que se encontra a perda maior dos sentidos, no despertar das manhãs é que se sente o gosto travoso dos sentidos maiores na busca sempre primeira dos sentimentos interiores, é no acordar das noites ainda em desenvolvimento, que os sentidos tomam conta das palavras que não tem menor sentido senão o de desviar a atenção e mergulhar no sentido da dor e da solidão. Ah! A palavra essa mocinha e vilã das madrugadas, pois quando ainda dorme, eu estou em um canto acordado sonhando com seu “você” proximamente distante do calor dos sóis internos das manhãs radiantes de verão ou do frio cortante dos amanheceres invernais.
A palavra é o sentido verdadeiro e inverossímil daquilo que se tem no peito, no cérebro, nas mãos, a palavra estende as mãos, para o coração, desativa pensamento, morre de sentimento e renasce por vontade própria falando o inaudível, pois há palavras que não se fala, se sente, são momentos em que a razão é sentir a palavra expressa na incoerência única do vivenciar o nada. O não é a antítese do sim, mas em conjunto o verso é o reverso e vice versa, então dizer “EU TE AMO”, pode ser devaneio conjuntural do sentido, envolto nos delírios febris do coração, como desabrido sentido irônico do desamor, magoado pelo desprezo do segundo plano.
É..., acho que ainda estou sentado no canto de mim mesmo, e se acho é porque a certeza passou ao largo do que quis dizer, se acho é porque ainda resta dúvida no melhor sentido do desconexo, é porque ainda falta..., falta um não sei quê que nasce não sei onde, mas que procura minhas mãos sôfrego, e se vai não sei por quê.
Você, nome sem palavras consome-me sem as palavras do sentido e muito pior sem o sentido das palavras, pois trás reticências na cara, neste sonho que se chamam vida, que em mim é convite para dança das tardes ou bailes matutinos, tudo são palavras desde o seu ruído mais estrondoso ao silêncio devoluto, sim você, vida, palavra que substitui o quer dizer, que diz o que quer esconder, mas se quer dizer e procura esconder é porque a palavra descende do momento em que o sentido tem que ser o real e único e se chamar instante.
Ah! Se eu tivesse o talento dos que vem do Cosme Velho ou a mestria dos jovens de Cascais, para não precisar ficar sentado nestes duros bancos para dominar o dom que Deus já lapidou, ah! Se eu tivesse os versos do Bardo Inglês para traduzir em palavras ou gestos, os infernos interiores que consomem a mim e a todos que se chamam ser, ah, se os olhares não fossem tão preconceituosos, se a liberdade não fosse tão somente uma palavra, em que o sentido de livre se perdeu nas convenções, ah! Se eu tivesse nascido com o dom dos imperadores ou a leveza do sentido do um sorriso.
A palavra é tudo isto e muito mais é gênero e substantivo; é adjetivo e conjunção; é um sem fim de sentidos que nos qualifica que ora nos une e por momentos nos separa; é uma verdade e uma mentira numa mesma emoção; é um sentimento sem fim, que os sentidos delas só podem ser traduzidos na linguagem dos toques, sejam nos olhares fundos ou nos fundos da alma que se escapa pela boca, num bater frenético de sentidos loucamente sentimentais, se pudesse ter vindo de Itabira passaria a palavra única a limpo, num revisar sentimental da vida, dando outro sentido, pois os destinos descruzados não levaria distâncias ou lágrimas e descansaria na cama do amor que se tem no chão.
SÉRGIO SOUZA
Nenhum comentário:
Postar um comentário
fale o que pensa, mas pense antes de falar!