segunda-feira, 29 de outubro de 2012

AMBIGUIDADES



Só sei das ambiguidades e incertezas
Meu sermão chama o cordeiro de verdugo
E o lobo de irmão.
Com uma mão se toma
Com a outra não se ajuda ninguém,
Muito menos lava o rosto.
Possuir é o que faz sentido,
Não compreendo o peixe multiplicado
Ou o pão dividido.
Brinco de réu, me disfarçando de juiz.
Aceito meu céu, mas falo de meu inferno,
O venha a nós me é mais fraterno
Do vosso reino não falo,
Pois por si só se desdiz.
Sou ateu nos dias bons
E agnóstico nos ruins,
Pois todo meio justifica os fins.
Não espero, senão não alcanço,
Tenho pressa, pois vagareza não leva ao longe.
Não fico na cama por ser lugar quente,
É por preguiça mesmo
E nem choro, pois de nada adianta a derrama.
Semeio vento para colher bonança,
Pois é da tempestade que surge a temperança.
Não viro a outra face, distribuo tapas.
Quem cedo madruga, só fica mais tempo acordado.
Meu sermão é palavras dúbias
Chamo o cordeiro de vilão
E o lobo de irmão.


®Sergio Souza

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