Original é o poeta
Que nasce de si mesmo,
Que se lucupleta.
Original é a vontade de viver o encontro do desencontro
O sol visitando a lua, a noite penetrando o dia.
Original é o poeta que se origina no despudor dos amantes
Que é gato de sete risos, paredes e frisos.
Original é o risco dos tempos que incomodam os mandantes.
Original é o poeta de Verona, meio Capuleto, meio Montéquio
Que nem por obséquio desiste do seu encontro original.
Que chorem as camadas sociais, mercenárias dos escritórios,
Os senhores das regras, que surgiram para serem quebradas.
Original, é você que dedica encontros onde todos falam de despedidas,
Original é o poeta que sente na distância a proximidade das identidades
O dar as mãos, correr campinas asfálticas e bosques urbanos, Verona!
E o cheiro que exala no ar originalidade verdadeira de quem se fez perfume,
No seu ar, para perpetrar o longe que se pode alcançar, Verona!
Original é o poeta que devora em jejum, o que é sua parte;
Se desmancha em arte, é todo e não é um
Que é entrega clara de toda parte que a sorte traz
Ao ver o dia afagar a noite se desfaz,
Como o mar, em espuma, ao preparar a cama da tarde, Verona!
Paraíso dos condenados, juízo das palavras, misto de choro e riso.
Original é o poeta que nasce em si mesmo
Num encontro diferente do horizonte vermelho abraçando o dia!
SÉRGIO SOUZA
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