quinta-feira, 5 de novembro de 2009

SAN VICENTE



Estes versos que rabisquei na areia são para você
Versos tirados do mar que apaga o que escrevo
Em primeira pessoa porque são meus
São versos confissão para o meu confidente
Implacável leitor que apaga o que lê.
Estes versos-verdade são um desabafo
No abafado da tarde na areia sem mar
Junto a vaga impiedosa do verbo amar.
Ah! Mar por que não me leva onde está?
Quero ir e me afogar na terra firme do teu líquido salgado
Tão frágil como estes versos-rascunho de areia
Quero misturar-me ao seu azul-céu, virar espuma flutuante
Para que no inusitado, seja notado na arrebentação
Que explode e invade a areia-praia
Como o canal invade o mangue.
Estes versos foram feitos para você
No entardecer da madrugada que vem alta
Da manhã raiada de lua firme e estrela frias.

SÉRGIO SOUZA

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