segunda-feira, 25 de outubro de 2010

POR VOCÊ E POR MIM


 
Falar de amor,
É falar das ruas que não caminhei
De encontros que não encontrei
Falar de amor  é deixar fluir aquela tristeza
Que a certeza não beijou.
Falar de você que chegou e não veio
De você que é sonho real como a estrela vésper
As avenidas que as mãos não tocaram
É aquela alegria que os lábios não sorriram
E a beleza que os olhos se enganaram.
Falar da casa que  ficou sem paredes,
Das poltronas e camas sem verdades,
É um perder-se sem fim no achado do coração disparado
Falar deste amor é não precisar de você perto
Mas da eterna distância que a vida legou.
Falar de amor é não precisar ser o primeiro,
Basta ser o último, o que fica, o que responde presente
No ausente das madrugadas frias.
Falar disto é caminhar por uma rua secreta
Única que chega ao coração, cujo nome é solidão.
É essa vontade certa de gritar seu nome,
De saciar esta fome, de mergulhar em seus lábios,
De sentir este calor que tenta chamar de amizade
No perdido instante da insegurança.
Falar de amor é sempre avivar a esperança
Na vaga lembrança de um abraço
Que se perdeu no laço frouxo do medo de nós dois,
Mas este é o meu país onde ainda florescem ipês
Falam clichês, como: “EU TE AMO!” 

SÉRGIO SOUZA         

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