sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

MANHÃ DE CARNAVAL


Hoje!
Quase amanhã. Por necessidade quase ontem!
É a paga da eternidade a este vale de desespero
De crianças sem esperanças e não é por rima pura,
É sim, por vontade expressa do poder divino.
Chora mãe, teu filho caído por bala ou vício
No precipício dos desvalidos, na vala dos incautos.
Chora tua lágrima para alimentar o eco dos vencedores
Enquanto desfila na avenida da dor o bloco dos encapuzados
Senhores da lei, na Sapicaí dos horrores, enredo dos excluídos.
Grita teu samba de agonias puxador das rajadas, levanta teu público!
Para na apoteose receber os aplausos dos senhores das verdades
Que desceram ao asfalto para que subissem as escadarias dos edifícios
Os nobres dos barracos do Morro da Babilônia.
E na apuração vão ganhar nota dez em Harmonia, beleza de agonia!
Adereços, abraços, apreços.
Hoje!
Já é amanhã, o que foi ontem e será sempre.

SÉRGIO SOUZA


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