Procurei em todos os poetas, procurei em todos os prosadores, procurei nos mais modernos, busquei nos mais antigos, nos leigos e nos eruditos, escarafunchei os sagrados e os malditos, perguntei, indaguei, respondi por mim mesmo e não encontrei a resposta , pois nenhum deles, pois nunca se viu em tempo algum descaso tão grande, desprezo tão culturalmente arreigado, pelo ser, por seus pares, como num pais ao sul do Equador.
Não vou chorar lágrimas as lágrimas de todos, nem lamentar os mortos já devidadmente “lacrimados”, não vou fazer discursos laudatórios, é hora de se olhar com os olhos da frieza e responder internamente, é hora de colocar os pesos na balança e perceber para que lado pende o prato, é hora de se rever conceitos para que vidas não sejam ceifadas por descaso, social ou político! E que não se culpe a natureza para justificar o descaso dos poderes, o “jeitinho” social, o fechar os olhos para a pobreza ou a abastança prepotente, ambos estão encarapitados nos morros e todos sabem que que terra de encosta desliza, todos nós sabemos que a impermeabilidade do solo não dá vazão ás águas pluviais, todos cnós somos culpados, seja como poder, seja como cidadão, enfim só lamentar não vale, blasfemar contra os céus é uma representação teatral inóquoa, o que falta é vergonha política ou social, diria mais social, porque a política nunca teve escrúpulos.
Portanto é hora de repensarmos o nosso “status cultural” e deixarmos de olhar de cima para baixo o que deve ser visto debaixo para cima, deixarmos de lado a política assistencialista e repararmos melhor neste país ao sul do Equador, que , ao largo da paródia, passa longe da satírica Sucupira, muito embora nossos mandatários estejam muito próximos de Odorico Paraguaçu, enfim levantemos deste leito em que nos deitaram há mais de quinhentos anos e arregacemos as mangas e tiremos os colarinhos brancos para construirmos uma nação, para que olhemos o restante do mundo com verdade não com embustes, que as vidas ceifadas neste e noutros verões, não sirvam tão somente para o show dos horrores das emissoras de televisão ou para simples manchetes de jornais.
É hora de se fazer algo além do óbvio, além das promessas, e lembrarmos também, que o país ao sul do Equador não se restringe ao Estado do Rio de Janeiro, aqui também existem Amazonas, Sertão Nordestino, interiores de Centro Oeste e Minas Gerais e os desvalidos dos interiores diversos, sem se esquecer das crianças escravizadas, dos adultos famintos e mais fatores que dignificam a inércia política e o descaso da sociedade.
Meu tributo, meus respeitos a quem deu, mais uma vez, a vida em holocausto neste, mais um, grito de alerta.
SÉRGIO SOUZA
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